Estante da Palavra

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Morte

À espera da morte
Envolto em escuridão
A dor sopra forte
Mais forte é o perdão
Corre na vida suja
Que o mal aumenta
Numa tormenta
Que se lamenta
De ser ligeira
De ser letal
Corre na vida boa
Que te atraiçoa
Cortando a alma
Partindo o corpo
Em teu desgosto
De seres igual
Vai que a morte
Já não vem
Vai que a morte
Está além

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sonho I

No escuro da noite
Procuro por ti
E um sopro de morte
Na alma senti
Eu quero falar-te
Dizer-te que sim
Depois amar-te
Fugir de mim
Eu quero cantar-te
Odes sem fim
Depois abraçar-te
Ficar sempre assim

domingo, 26 de setembro de 2010

Matei a Vida

Matei a vida
Não fiz por mal
Esgotei o tempo
De um feliz final
Gritei despido
Na minha dor
Fiquei perdido
Sem o meu amor
Matei a vida
Bebi paixão
Esgotei o tempo
Na solidão
Gritei despido
E num ardor
Fiquei perdido
Sem o meu amor

O Refúgio

Um refúgio eu procuro
Momento este é
Não sou daqui não quero ser
Penso em tudo sem fé
Memória o som que deixa
Rasteja não és alguém?
Aperta a mão a um amigo
Amigo se tu o tens
E responde novamente
À pergunta capital
Quem és?
Não sou ninguém

sábado, 25 de setembro de 2010

Solidão Submersa

Ardem telhados de vidro
Num suspiro que chama
A chama  que queima o abrigo
De um corpo morto sub a lama
Outros corpos alinhados
Parados sem ter razão
Em abismos depositados
Envoltos em terra sem chão
Ressuscita o pó do vento
O sopro forte que dispersa
Um demais sofrimento
Preso à solidão submersa